sábado, 25 de fevereiro de 2012

"A um ausente..." Carlos Drummond de Andrade

Tenho razão de sentir saudade,
tenho razão de te acusar.
Houve um pacto implícito que rompeste
e sem te despedires foste embora.
Detonaste o pacto.
Detonaste a vida geral, a comum aquiescência
de viver e explorar os rumos de obscuridade
sem prazo sem consulta sem provocação
até o limite das folhas caídas na hora de cair.

Antecipaste a hora.
Teu ponteiro enlouqueceu, enlouquecendo nossas horas.
Que poderias ter feito de mais grave
do que o ato sem continuação, o ato em si,
o ato que não ousamos nem sabemos ousar
porque depois dele não há nada?

Tenho razão para sentir saudade de ti,
de nossa convivência em falas camaradas,
simples apertar de mãos, nem isso, voz
modulando sílabas conhecidas e banais
que eram sempre certeza e segurança.

Sim, tenho saudades.
Sim, acuso-te porque fizeste
o não previsto nas leis da amizade e da natureza
nem nos deixaste sequer o direito de indagar
porque o fizeste, porque te foste

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Sei que palavras nao irão mudar nada entre nós! Mas sei que a vida é como tem que ser, e ninguém pode mudar isso! Talvez eu e você demoremos a entender os reais motivos de tanta distancia,. afinal é só atravessar a rua que já estou na sua casa né rs.
Mas agora  falando sério, eu sempre soube que um dia ou outro isso aconteceria, acontece com todo mundo, é extremamente normal; uma amizade só é concreta quando há interesse, e é comum perder um pouco do interesse e da paciência de cultivar a amizade  a partir do momento que um novo ciclo de amizade começa a ser formado! Eu sei que é dificil de entender, e de aceitar, mas a gente supera!
Os momentos vividos loucamente juntas, estarão sempre na lembrança, aconteça o que acontecer, porque apesar de terem sidos poucos, foram muito bem aproveitados, e quando os momentos são bons, ele ficam pra sempre na nossa memória,  haja o que houver, a gente sempre lembra, na tentantiva de um dia poder reviver esses momentos.
Eu sei que amizade verdadeira nunca acaba, mas no nosso caso acabou, eu sei que enquanto nossa amizade consistia tudo era real, e era vivido com as nossas mais puras emoções. 
Eu gosto de ver teus olhos a meu olhar, de te sentir junto comigo, de ouvir tua voz, apreciar seu sorriso.
Mas a cada sorriso, cada olhar, as lembranças dominam meus pensamentos, e meu querer é dominado pelo meu medo, eu quero seguir do seu lado, sempre junto a ti, mas meu medo, medo das lembranças se tornarem nossa nova realidade, me afasta de você bruscamente.
Eu fujo de você, e sabe, eu me sinto mal a cada vez que faço isso, me sinto mal a cada palavra que eu prefiro não te dizer.
E se eu me afasto de você, meu medo me domina, minha solidão me aterroriza, minha tristeza toma conta de mim.
Eu gosto de te ver sorrir enquanto meu mundo desaba sobre mim, quando minha tristeza se torna minha única companhia, quando meu desabafo me machuca além da conta. Gosto de te ver me olhar, de quando você sente minha tristeza, e eu entendo seus motivos para manter seu belo sorriso, de manter sua posição, firme e forte.
A gente já não tem mais nada a ver um com o outro, mesmo que algo ainda viva dentro de nós, o orgulho, o medo, faz com que lutemos contra tudo.
Agora, eu me sinto disposta de viver sem medo, de te trazer novamente pra perto de mim, de ficar ao seu lado, me sinto disposta a relutar pra te ter cada vez mais junto de mim, de enfrentar meu medo, porque o que a gente tem/tinha/teve é, e foi mais forte que qualquer coisa.
Eu gosto de ver teus olhos a meu olhar, de te sentir junto comigo, de ouvir tua voz, apreciar seu sorriso.